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Blog Mr Clima

11 ago., 2023
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23 fev., 2023
Uma das finalidades do ar de renovação é diluir contaminantes presentes no ambiente, garantindo que as substâncias não atinjam níveis de concentração acima do permitido. Quanto mais pessoas em um ambiente, maior a necessidade da renovação de ar. A qualidade do ambiente interno tem impacto direto na produtividade dos trabalhadores e no rendimento de processos de aprendizagem, fortemente influenciados pelo sentimento de bem-estar das pessoas. Alberto Hernandez Neto, professor do curso de engenharia mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Poli-USP, defende que a renovação de ar deve ocorrer em qualquer sistema de climatização e o dimensionamento deve ser feito com base na NBR 16401 (Instalações de ar condicionado – sistemas centrais e unitários. Parte 1: Projetos das instalações). Leonardo Cozac, diretor da Conforlab, explica que a Portaria 3523/98 do Ministério da Saúde e a Resolução 09 da ANVISA obriga a renovação de ar em instalações maiores do que 5 TR, independentemente do tipo de ambiente ou do uso. Comenta, também, que em ambientes com processos que geram contaminantes, como gráficas, pet shops, cabeleireiros, indústrias, hospitais e laboratórios, é imprescindível uma redobrada atenção a esses sistemas. Mesmo no caso de não haver qualquer exigência de renovação o engenheiro diz que “a função da renovação do ar é eliminar possíveis contaminantes químicos ou biológicos em um ambiente interno climatizado. Muitas residências em países desenvolvidos têm a renovação de ar, independentemente da obrigação legal”. O coordenador de contratos da Masstin, Itamar Rosa de Lima, explica que o artigo 3° da Portaria 3523/98 é apenas para ambientes de uso coletivo e cita o artigo: “As medidas aprovadas por este regulamento técnico aplicam-se aos ambientes climatizados de uso coletivo já existentes e aqueles a serem executados e, de forma complementar, aos regidos por normas e regulamentos específicos. Parágrafo Único. Para os ambientes climatizados com exigências de filtros absolutos ou instalações especiais, tais como aquelas que atendem a processos produtivos, instalações hospitalares e outros, aplicam-se as normas e regulamentos específicos, sem prejuízo do disposto neste Regulamento Técnico, no que couber”. O professor doutor Antonio Luís de Campos Mariani, do Departamento de Engenharia Mecânica e Coordenador do Programa Poli Cidadã, da Escola Politécnica da USP, e docente do Programa Smacna de Educação Continuada em Tratamento do Ar, realizado em parceria com a Abrava, alerta: “Há exigência do ponto de vista das normas técnicas nacionais e internacionais para todos os ambientes, e há, também, exigência legal do ponto de vista da legislação específica para determinados tipos de ambiente e de sistemas de condicionamento de ar. Por exemplo, a Standard 62 da Ashrae, estabelece parâmetros de ventilação para obter a qualidade do ar interior aceitável, e não está restrita a ambientes climatizados. Tenho dito nas minhas palestras sobre este tipo de tema, e todo engenheiro, profissional do setor de AVAC, deve ter bom senso e seguir as normas e também deve ter juízo e adotar as orientações da legislação”. Trocas de ar em ambientes climatizados A necessidade mínima para trocas de ar em ambientes climatizados leva em consideração o número de pessoas que estão no ambiente, o tipo de atividade que é realizado e de outras fontes de gases e particulados. Consta, segundo o professor Mariani, que o particulado, na Standard 62 e na NBR 16401 da ABNT, está sendo calculado relacionando a área que o ambiente possui com o tipo de atividade desenvolvida no local. Hoje, se calcula a vazão mínima combinando o número de pessoas e a área do ambiente, considerando uma determinada atividade. Há uma consideração adicional que é o tempo de permanência das pessoas. Para ambientes em que há tempo reduzido na permanência das pessoas, como, por exemplo, áreas de circulação de shopping centers, a exigência pode ser menor. “Em termos da legislação brasileira, a Portaria 3523 do Ministério da Saúde (de 1998), que foi complementada pela Recomendação Técnica RE 09 da ANVISA (de 2003), apresentam uma exigência mínima de 27m³/hora/pessoa para todos os ambientes climatizados de uso coletivo, independente da capacidade total instalada”. Lima cita que as trocas precisam estar em conformidade com o item “f” do artigo 5° da Portaria 3523/98, definindo que a renovação de ar externo seja de, no mínimo, 27 m3/hora/pessoa. Já no caso específico de ambientes com alta rotatividade de pessoas, Lima e Cozac compartilham da mesma opinião, a taxa de renovação do ar mínima será de 17 m3/hora/pessoa. Robert van Hoorn, da Multivac/MPU, também cita a Portaria 3523: “27 m3/hora/pessoa, às vezes é questionado por ser um valor alto, mas é o que garante uma renovação de ar adequada em situações críticas. Sobre as revisões da NBR 16401 tenho participado de algumas reuniões. Há uma discussão referente às várias alternativas de engenharia e medição que garantem uma renovação adequada de ar. Porém, estas soluções precisam de equipamentos mais sofisticados e, o mais importante, o envolvimento de um profissional (projetista) que tem o conhecimento para isso. Na prática não é a realidade. Em grandes instalações o fator predominante é o custo inicial e não a garantia da qualidade do ar de interiores”, explica. Mario Sérgio de Almeida, diretor técnico da MSA Ar Condicionado e Refrigeração, considera a renovação de ar de alta relevância nos sistemas de climatização. “Costumo afirmar que não basta o sistema de ar condicionado ser eficiente, é necessário que o ar entregue aos usuários seja saudável. A taxa de renovação de ar vigente, segundo a ANVISA, é de 7,5 L/s/pessoa. A nossa ABNT NBR 16401 apresenta metodologia de cálculo baseada na ASHRAE 62.1 de 2004. Com a atualização da Norma 16401, que deverá ser concluída neste ano, diversas modificações foram implementadas no que se refere à qualidade de ar interior, englobando a renovação de ar e a seleção dos filtros. Podemos adiantar que teremos muitas novidades propiciando condições de exatidão no cálculo do nível de CO2. A condição atual e fixa adotada de 300 ppm de CO2 externo poderá ser variável considerando-se que sistemas de ar condicionado são utilizados em regiões com pouca ou muita poluição. A norma atual estabelece os níveis 1, 2 e 3 de seleção de taxas de ar exterior. A nova NBR definirá a vazão de ar exterior a ser utilizada baseada no nível de CO2 interno que se deseja obter baseada nos fatores área, pé direito, atividade metabólica e número de usuários. Desta forma será possível conhecer o nível de CO2 no ambiente hora a hora. Além destes benefícios a forma de cálculo anterior não apresentava precisão, criando ora excesso de ar exterior ou insuficiência, isto é, o nível de CO2 podia ser baixo, o que significa excesso de ar exterior e, consequentemente, desperdício de energia ou não atingindo a renovação de ar desejada”. Os ambientes Os ambientes que exigem maior vazão de ar externo para renovação, segundo o professor Mariani, são aqueles que possuem fontes internas de emissão de contaminantes significativos. “Verificando valores nas tabelas da NBR 16401 percebe-se que os ambientes destinados a salão de beleza/barbearia, academia de esportes, discoteca e danceteria têm valores muito acima que outros ambientes. A vazão de ar externo por pessoa nestes ambientes, adotando-se o nível 2 da NBR 16401 é de 12,5 L/(s/pessoa), que deve ser somada a uma vazão que varia de 0,4 L/(s/m2) a 0,8 L/(s/m2). O resultado deve ser calculado para cada projeto, mas se admitirmos uma pessoa a cada 4 m2, podemos obter o valor de 15,7 L/(s/pessoa), ou 56,5 m3/(h/pessoa), muito acima dos 27 m3/(h/pessoa) exigido pela Portaria do Ministério da Saúde”. Atenção redobrada deve ser dirigida, segundo o coordenador de contratos da Masstin, aos ambientes que envolvem departamentos médicos, laboratórios, restaurantes e alta frequência de uso. Hoorn também acredita que em salas de aula é muito importante exigir maior vazão de ar externo para renovação. “São ambientes onde as taxas de CO2 podem atingir níveis muito altos”. Renovação do ar em sistemas split Segundo Cozac, todas as normas técnicas da ABNT, citam a necessidade de renovação de ar, independentemente do tipo de equipamento utilizado. Mariani recomenda que o método para definir a vazão de ar externo para estes ambientes críticos seja adotar os parâmetros do nível 2 da Tabela 1 da NBR 16401 – Parte 3 de, 2008. Para Lima, da Masstin, hoje é utilizado sistema individual ou sistema coletivo de ventilação. No sistema individual é utilizado um ventilador com filtragem (mínimo G1) que tenha a vazão necessária para a quantidade de pessoas no ambiente; alguns são instalados na parede que tem acesso ao lado externo ou conectados em alguns tipos de split (cassete) que possuem um acessório de conexão do duto flexível. No sistema coletivo é utilizado um ventilador em uma área comum com filtragem (mínimo G1) e por meio de dutos o ar é distribuído nos ambientes que são climatizados; a capacidade do ventilador será a soma total dos usuários nos ambientes que receberão o ar externo. Segundo Hernandez, as exigências das Normas 16401 e 7256 fazem com que o uso de sistemas de ventilação seja dimensionado corretamente junto com os sistemas de filtragem. “Na Europa e EUA, onde os ambientes são mais hermeticamente fechados, o foco é na exaustão do ar para retirar do ambiente o excesso de umidade e CO2, e ter a renovação de ar forçado ou não. A nossa legislação e normas são mais voltadas para o fornecimento de ar externo tratado (filtrado). A vantagem desta visão é que desta forma é mais fácil dimensionar e garantir que a quantidade de ar externo desejado está sendo entregue no ambiente”, comenta As instalações de equipamentos de ar condicionado do tipo split, como também outras que não realizam a captação de ar externo adequadamente, devem ter o dimensionamento de um sistema complementar associado ao sistema de condicionamento de ar para trazer ar externo de renovação filtrado para dentro dos ambientes. Esse sistema complementar pode ser dimensionado e selecionado a partir de várias opções existentes no mercado. Mariani observa que “é importante observar que não é só atender ao valor de vazão de ar externo, mas deve também ter filtragem adequada, e um nível de ruído compatível com os locais em que ocorrerá a aplicação. É preciso considerar, também, que a insuflação de ar externo diretamente no ambiente trará um acréscimo de carga térmica que pode não estar previsto no dimensionamento. Em certas situações é vantajoso utilizar um sistema dedicado para o tratamento térmico do ar externo, e havendo várias unidades split para tratar o ar do ambiente, uma delas poderá ser direcionada exclusivamente para tratar o ar externo”. Para Hoorn, da Multivac, uma instalação típica tem os seguintes componentes: ventilador, caixa de filtragem, filtros, dutos, grelha/boca de ar e, como opcional, o trocador de calor para reduzir o consumo de energia. “Lançamos em 2015 um ventilador especial para este tipo de situação, o CFM. O ventilador Multivac CFM foi desenvolvido exatamente para instalações com split. Tem altura reduzida (25 cm), baixo nível de ruído, motores de qualidade para funcionar em regime contínuo e o ventilador e a caixa de filtragem num único gabinete. O CFM está disponível em dois tamanhos de 500 e 1000 m3/h”. Em relação ao custo de uma instalação, os especialistas comentam que vai depender do dimensionamento, vazão do ar externo, distância entre as unidades interna e externa, capacidade dos equipamentos etc.
23 fev., 2023
Mais do que nunca a qualidade do ar de interiores ganha relevância. Numa situação de proliferação do vírus, a saúde dos ambientes, que por força das circunstâncias precisa continuar ocupados, é primordial, com renovação total do ar e atenção meticulosa à manutenção. Vale lembrar: nunca o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC), se fez tão obrigatório. “A manutenção adequada de todo o sistema de ar condicionado e renovação de ar previne o usuário de transmissão de doenças respiratórias como um todo e assegura a boa qualidade do ar”, afiança Marcelo Munhoz, diretor da Sicflux e presidente do DN Qualindoor da Abrava. Segundo ele, a nova situação, uma vez descuidadas as ações para a manutenção da qualidade do ar interno, aumenta o risco de o “usuário entrar com processo trabalhista por estar trabalhando em um ambiente insalubre, o risco é o mesmo para qualquer outro vírus.” Arnaldo Parra, diretor de relações institucionais e associativas da Abrava, corrobora: “Sem dúvida, o PMOC tem sua importância elevada, pois sabemos que uma das formas de contaminação, é pelo ar. Nas instalações de ar condicionado mais comuns existem filtros de ar, cuja função é reter partículas sólidas e líquidas, e filtros de mediana eficiência que retêm essas partículas. Os vírus quando existentes no ar são transportados por essas partículas. Neste sentido, impedindo a passagem das partículas, impede-se a chegada dos vírus e bactérias ao ambiente.” Para aplicações especiais existem filtros de alta eficiência, os chamados filtros HEPA (High Efficiency Particulate Arrestance) que retêm particulados de dimensões de 0,3 micra com eficiências de até 99,97%. “Por isso, a utilização de baterias de filtração, tanto nos sistemas de recirculação como nos sistemas de renovação, ajuda em muito na manutenção da concentração de particulado em níveis mais baixos, colaborando assim com a diminuição da contaminação. Deve-se, também, manter os sistemas de renovação de ar em condições adequadas, ou seja, diluindo e removendo poluentes dos ambientes climatizados, cujo resultado obtido será a redução do risco de contaminação para uma série de doenças transmissíveis pelo ar, inclusive as virais”, continua Parra. Também membro da diretoria da Abrava, Leonardo Cozac, da Conforlab, ressalta que o sistema de climatização é um grande aliado para melhoria da qualidade do ar interno. “Além de regular temperatura e umidade relativa do ar, melhora a renovação e filtragem do ar respirado pela população. Já existe legislação específica no Brasil (Lei 13.589/2018) sobre a necessidade do PMOC. Se exigências técnicas para execução do PMOC não forem cumpridas nesse período (ou em qualquer outra época), cabem medidas legais de infração sanitária.”  Penalidades para o descumprimento da lei do PMOC Ricardo Cherem de Abreu, diretor técnico da Dannenge International, diz que “em tempos como o que atualmente vivemos, as cobranças surgem. Por conta das características de transmissão da atual pandemia, cuja via principal é a aérea, questiona-se a nocividade dos sistemas de climatização, que poderiam espalhar os organismos patogênicos por todo o ambiente, acelerando o contágio. Ocorre que isso é fato e que a única defesa do administrador de um prédio é demonstrar que um PMOC existe e é aplicado.” Ao lado das penalidades registradas em lei, o descumprimento do PMOC pode trazer inúmeros prejuízos aos responsáveis. “Um fator muitas vezes esquecido, são os reflexos trabalhistas que podem ser afetados, com eventuais demandas por exposição de trabalhadores a ambientes insalubres ou perigosos. Num cenário de surto pandêmico, podemos extrapolar estes riscos, com eventuais e possíveis contaminações de COVID 19, e seus reflexos no sistema de saúde brasileiro, pelas características já conhecidas”, alerta Parra. “A partir de 2018, a necessidade do PMOC tem força de lei e, apesar de alguns questionamentos jurídicos, sanções legais podem ser aplicadas. A falta ou cumprimento de um PMOC podem ser enquadrados em duas situações: crime ambiental ou crime contra a saúde pública. No caso de crime ambiental, que é inafiançável, a pena prevista é de um a quatro anos de reclusão e multa variando entre cinco e cinquenta mil reais. No caso de crime contra a saúde, o tempo de reclusão previsto é o mesmo, porém, as multas podem chegar a R$ 200 mil e o engenheiro responsável perde a licença profissional, além do prédio poder ser lacrado pela vigilância sanitária”, afirma Abreu. Entretanto, além de fugir das penalidades que a lei determina, o respeito à lei que determinou a obrigatoriedade do PMOC, pode trazer benefícios. “As vantagens ocorrem de diversas maneiras, e são mensuráveis. Com o PMOC implantado e a boa manutenção do sistema de ar-condicionado, teremos uma relação de mútuo benefício entre os diversos agentes envolvidos, tais como o proprietário ou investidor do imóvel, os usuários dos ambientes climatizados, os prestadores de serviços de manutenção e, finalmente, o poder público em suas diversas esferas”, orienta Parra Em relação ao proprietário do imóvel ou investidor o benefício de uma boa manutenção, assegura a longevidade e performance de seus equipamentos, economizando energia, água e protegendo seu investimento, além de propiciar um ambiente agradável, incrementando a produtividade e combatendo o absenteísmo. O usuário do ambiente climatizado também é beneficiado, visto que além de aumentar sua performance, preserva sua saúde e bem-estar, elevando seu padrão de vida e satisfação no trabalho. O prestador de serviços de manutenção beneficia-se ao ter seu mercado de trabalho valorizado e prestigiado. Com a manutenção eficiente, o poder público poderá fornecer menos água e energia, ajuizará menos reclamações trabalhistas, menos afastamentos do trabalho, menos atendimentos no sistema de saúde, além do ciclo virtuoso de geração de empregos e impostos. “O PMOC permite obter uma segurança formal para o proprietário/cliente, que terá em mãos um documento legal indicando a qualidade do ar e, assim, pode evitar mal-entendidos nos locais de trabalho. Tendo em mãos um laudo de QAI elaborado por laboratório especializado, irá trazer, também, maior tranquilidade para as pessoas que são usuários destes ambientes climatizados”, conclui Parra. Ou, como ressalta Cozac, “o PMOC exige manutenção e limpeza do sistema como um todo. Só nesse ponto tem a garantia de superfícies mais limpas. A troca e limpeza de filtros de ar também estão previstas no PMOC, garantindo menos partículas no ar, consequentemente menos microrganismos (fungos, vírus e bactérias). Complementando o PMOC, vêm as análises periódicas da qualidade do ar, que indicam concentração de fungos no ar, bem como a taxa de renovação de ar, através da medição de CO2, o que garante uma efetiva diluição de eventuais no ar. Tecnologias como foto-catálise e lâmpadas UV têm eficiência na redução de microrganismos.” Tecnologias de descontaminação Henrique Elias Cury, diretor da Ecoquest e delegado de assuntos internacionais da Abrava, lamenta que sejam necessárias tragédias para que ações de manutenção sejam valorizadas. “A aplicação do PMOC não deveria ser valorizada em épocas de crise, mas é o que acontece. São necessárias mortes para que a conscientização com QAI se consolide. Foi assim em 1998 com a morte do Ministro Sergio Mota, está sendo assim agora.” Para ele, o aumento da ventilação, a troca regular de filtros, a limpeza do sistema e a utilização de tecnologias que melhoram a qualidade do ar são vantagens não só de saúde humana como indispensáveis em momentos como o atual. “A qualidade do ar vem sendo estudada há anos e o PMOC é o resultado de procedimentos feitos por especialistas que estudam o tema há muito. Em tempos de pandemia, os procedimentos do PMOC são uma importantíssima ferramenta, junto com tecnologias de ponta, comprovadamente eficientes e seguras.” Dentre as tecnologias Cury lista “a já mundialmente reconhecida luz UV para serpentinas.” Neste sentido, ele defende que as principais tecnologias para mitigar os efeitos da disseminação do Covid-19 são as ativas. “As tecnologias ativas agem no meio ambiente, sendo a principal delas a fotocatálise através do insuflamento de peróxido de hidrogênio ionizado. É extremamente importante ter muita atenção antes da utilização de novas tecnologias. Deve-se sempre pedir testes de eficiência de laboratórios de base como o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicos) ou o FDA (Food and Drug Administration).” Em relação à fotocatálise, o diretor da Ecoquest diz tratar-se de “poderosíssima arma na rede hospitalar para reduzir a disseminação do Covid-19. Existem testes feitos em laboratórios credenciados pelo FDA, que mostram que os vírus do tipo RNA, como o Covid-19, podem ser eliminados de um ambiente em até 15 minutos. O Health Canada, órgão do governo canadense equivalente ao SUS, vem usando sistematicamente equipamentos fotocatalíticos com filtragem HEPA para minimizar a contaminação pelo Covid-19. Ambientes tratados com tecnologias ativas são uma enorme ferramenta para minimizar a contaminação direta entre pessoas ou superfícies. Sempre bom lembrar que o correto dimensionamento é essencial para a descontaminação correta dos ambientes. Além disso, deve-se utilizar tecnologias de ionização durante obras para evitar que haja disseminação de particulado a outras áreas do hospital. Vírus são transportados por partículas e, durante as obras, sabemos do aumento proporcional no caso de infecções hospitalares.” Cherem de Abreu, da Dannenge, aponta três tecnologias que podem ser aplicadas para a contenção de vírus. “Duas delas seriam ‘passivas’: a primeira, a renovação de ar, com retirada contínua de ar contaminado; a segunda, seria a aplicação de filtros de alta eficiência para retenção de particulados. A terceira tecnologia seria ‘ativa’, com base em ionização catalítica. Ressalto que a classe mais eficaz de filtros comercialmente aplicados tem por especificação a retenção da ordem de 99,9 % de partículas acima de 0,3 micra. São os chamados filtros HEPA (High Efficiency Particulate Arrastance). Ocorre que os coronavírus apresentam tamanho menor, da ordem de 0,12 micra. Nesta faixa de tamanho a eficiência não é determinada. Entretanto, considerando que o vírus só permanece vivo se contido em microgotas de água, que são os chamados aerossóis, emitidos por espirro, tosse ou mesmo pela respiração das pessoas, pode-se afirmar que os filtros HEPA constituem técnica eficaz para conter a circulação do vírus. A tecnologia da ionização catalítica, por outro lado, pode ser considerada ‘ativa’, pois tem por base o lançamento de íons de alta reatividade no ambiente ocupado, que não só reagem com contaminantes em suspensão, mas, também, com aqueles depositados nas superfícies. Esta tecnologia é relativamente recente, porém, existem no mercado diversos produtos com diferentes graus de desenvolvimento.” Para a rede hospitalar o diretor da Dannenge diz que devem ser aplicadas as mesmas tecnologias já apontadas: renovação de ar, filtros finos e ionizadores. “Observo que o uso de filtros finos requer equipamentos com ventiladores de alta capacidade e são originalmente aplicados apenas em ambientes onde requeridos por norma: salas de cirurgias de alta complexidade, áreas de internação de queimados e transplantados de medula óssea e, ainda, áreas de preparo de medicação paraenteral. A conversão de equipamentos convencionais para a aplicação de filtros finos é, na prática, inviável. Seja pela necessidade de troca de climatizador, pelo espaço ocupado, pelo nível de ruído ou pelo custo. A aplicação de ionizadores, por outro lado, não requer modificações nos equipamentos existentes e pode ser feita, inclusive, por equipamentos portáteis. Existem testes comprovando a eficiência dessa tecnologia na redução da concentração de vírus tipo corona, mas nada ainda para o Covid-19, de desenvolvimento recente. Das tecnologias de radiação comercializadas, a mais recente é a PHI (PhotoHydroIonization), desenvolvida pela RGF Environmental nos EUA, que utiliza lâmpadas UV LED, calibradas para evitar a geração de ozônio, de alta durabilidade e que não contém mercúrio.” Cherem de Abreu alerta, ainda, para as boas práticas de engenharia. “É importante lembrar que diversos estudos apontam para a eficiência do controle da umidade relativa como meio de abatimento de organismos patogênicos disseminados pelo ar. Uma faixa entre 40% e 60% de umidade relativa é demonstrada como ótima para o controle de patogênicos, inclusive vírus do tipo corona. Entretanto, apesar de previsto em norma, a grande maioria dos ambientes hospitalares não possui controle de umidade relativa, com exceção de salas de cirurgia, áreas de tratamento de queimados, ou ainda áreas técnicas de equipamentos, quando exigido pelos fornecedores. Ressalto que a melhor estratégia seria a correta aplicação das quatro técnicas citadas.”
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